Fernanda Freitas

Testemunhos
Fernanda Freitas

Ligação à AFID: Parceira

Impossível ficar indiferente. Foi um momento poético. Ao entrar na sala de exposições do Atmosfera M, espaço de intervenção cívica no coração de Lisboa, projeto da Associação Mutualista Montepio Geral, Tomaz Correia, presidente do banco, apaixonou-se por dois ou três quadros extraordinários que estavam expostos. “Tinham qualquer coisa de belo, revelando um talento impressionante, uma força magnética”, recorda Fernanda Freitas, empresária, coordenadora do Atmosfera M e uma das mais reconhecidas personalidades portuguesas ligadas à causa da solidariedade no País. “Quando ele percebeu que os artistas da exposição que acolhíamos eram pessoas com deficiência, nem queria acreditar. Ele que é um apaixonado pela Arte, um homem sensível e muito conhecedor”.
É esta validação externa da qualidade do trabalho artístico da AFID que a torna tão especial. “Ali, não se limitam a fazer trabalhos manuais para ocupar o tempo. Fazem capacitação à séria, desenvolvem a autonomia e autoestima destas pessoas e, não raras vezes, a sua empregabilidade”, afirma. “Quando lá vou, apetece-me comprar tudo o que fazem, de tão bonitas que são as peças – e não apenas por espírito solidário”.
Nas entrelinhas, o que Fernanda Freitas está a dizer é que se não há um conceito de sub-humanidade, se somos todos homens e mulheres e todos iguais, então por que é que há um conceito de subprodução humana? A sociedade dá sinais de mudança e começa a olhar sem estigmas ou preconceitos para as criações destes artistas. Mas é preciso lutar. Muito. “Sei que a AFID começou há vários anos a procurar espaços de exposição e maneiras de dar vida às obras dos seus artistas. Imagino que não tenha sido fácil. Quando não tem lugar para ser exposta, a obra não tem dignidade, não tem respeito. Faz-se para depois se deixar esquecida. Felizmente, a AFID conseguiu”.
A alegria de Fernanda Freitas a falar destes temas enche uma sala. Toda a energia de desafio e luta que sempre utilizou no seu quotidiano, direciona-a muitas vezes para projetos de solidariedade. Nota-se a olho nu. Tem uma personalidade forte, tem gás para impor mudanças e provocar avalanches. Para ela, pedras que rolam não criam limo. “Conheci a AFID no âmbito do programa de televisão Sociedade Civil, que apresentava na altura, e depois tive a oportunidade de conhecer a casa – e as casas – e fiquei rendida. A partir daí nunca mais perdi este projeto de vista”, conta. Ela que é particularmente sensível a estes temas, porque tem um irmão com paralisia cerebral. “A AFID é uma bênção. É uma instituição que busca a inclusão de formas alternativas, e com uma qualidade impressionante. Não se fecha sobre si mesma, não tem receio de se abrir ao exterior”.

[ 01 Mai 2019 ]
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