Maria Cavaco Silva

Testemunhos
Maria Cavaco Silva

Ligação à AFID: Amiga e defensora dos direitos das pessoas com deficiência

Dívida de gratidão. Por mais que andemos à volta com as nomenclaturas, eles são artistas. Não podem estar à parte dessa participação”. É desta forma que Maria Cavaco Silva se refere aos utentes da AFID, e à Arte com que nos brindam com os seus trabalhos extraordinários. “A arte tem um papel fundamental na sociedade. Abre caminhos. É um instrumento de reflexão”, afirma a Primeira-Dama, impressionada com o percurso feito pela AFID para valorizar o trabalho dos seus artistas.
No início, a instituição encontrou uma série de portas fechadas. Como se o trabalho efetuado por pessoas com deficiência não fosse trabalho, não fosse arte. Mas porque a luta também passa pela irreverência, a AFID seguiu técnicas sub-reptícias: enviou para concursos nacionais e internacionais peças de arte criadas pelos seus formandos, mas sem fazer referência à deficiência. Resultado? Muitas foram aceites. Prova irrefutável da qualidade do seu trabalho. Abriu-se, assim, a porta para um novo passo na luta: legitimar externamente as competências dos jovens, processo que contou com o apoio de especialistas nas áreas do ensino, pedagogia e psicologia. “Muitos dos artistas da AFID são fora de série, e em alguns concursos ganham os primeiros prémios. A mensagem de tudo isto é muito forte. Mostra que todos somos capazes, que é preciso lutar contra o preconceito, despojados do que está para trás”, diz Maria Cavaco Silva, sem esconder uma certa dose de emoção afetuosa. “Não podemos nem devemos perder ninguém. Aprendo muito com a capacidade artística, força e resiliência destas pessoas”.
“O exercício da cidadania não é um direito, é uma obrigação”, continua a antiga Primeira-Dama.
“Sempre que a sociedade se deparou com grandes desafios foi necessário encontrar fatores de agregação das pessoas. A inovação surge muitas vezes de pequenos grupos que mudam o mundo. A AFID é uma associação líder neste percurso de mudança”. Além desta característica, Maria Cavaco Silva destaca o profissionalismo e o carinho com que toda a equipa trabalha no dia-a-dia. E a emoção que sente por estar ligada a esta casa. “Costumo ser convidada para colocar o menino Jesus no presépio da AFID, todos os Natais. Adoro presépios e recebo este convite com enorme ternura. Quando lá vou, sento-me com as equipas, converso com elas, tomo um chá, e mantenho com todos uma ligação de grande afeto e respeito. Estas equipas não desistem, nunca mostram má cara, têm sempre um sorriso”, afirma. E conclui: “Há muitas maneiras de dar colo. A relação afetiva que os colaboradores da AFID estabelecem com os seus utentes é fortíssima. Todos temos uma dívida de gratidão para com instituições desta qualidade”.

[ 01 Mai 2019 ]
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