“Já conhecia Domingos Rosa do sector da construção quando um dia me veio bater à porta do IGAPHE. Queria saber se o instituto tinha disponível algum terreno onde fosse possível expandir a atividade da AFID”. Como nos casamentos, os negócios têm as suas praxes. Não podia dar o sim sem conhecer primeiro a instituição. Por isso combinou uma visita à moradia em Alfragide onde funcionou a primeira residência para pessoas com deficiência profunda da AFID.
“Apesar de o lar ter um espaço limitado, a excelência do serviço notava-se nos mínimos detalhes. Da atitude dos funcionários à organização das atividades, tudo sugeria qualidade técnica e humana. Foi marcante a experiência. Percebi que havia ali muito potencial para crescer e empenhei-me em contribuir para o desenvolvimento daquele projeto”.
Talvez já estivesse escrito nas estrelas, ou então foi mera coincidência, o certo é que na época o IGAPHE preparava-se para avançar com a revitalização do plano integrado do Zambujal, bairro problemático de Alfragide, para onde planeava levar serviços e equipamentos sociais com o apoio de fundos comunitários.
“Era, sem dúvida, um projeto à medida das necessidades da AFID. Havia terrenos disponíveis e até verbas comunitárias que poderiam reverter a favor dessas obras. Tudo se conjugava para que o futuro se pudesse consolidar ali e foi isso mesmo que aconteceu, em boa hora”.
O IGAPHE cedeu o terreno em direito de superfície (mais tarde acabaria por ser vendido em propriedade plena), a AFID candidatou-se aos fundos comunitários e a obra fez-se.
Hoje Teixeira Monteiro sente-se orgulhoso por ter ajudado a impulsionar o projeto. “É uma instituição que está sempre um passo à frente. Tem uma cultura forte, desafia preconceitos e convenções e como tal não muda só a vida dos seus utentes e famílias. Muda também o nosso olhar”.
O seu foca-se agora no potencial da diferença e não nas suas limitações. “Com a AFID aprendi que mesmo na diferença é possível o ser humano superar-se. Nesta casa faz-se prova disso todos os dias através dos programas de inclusão, que vão da formação profissional à criação de empresas que dão emprego a pessoas com deficiência. Não é comum uma instituição do 3º sector chegar ao ponto de criar empresas para aperfeiçoar os seus programas de inclusão, mas a AFID já nos habituou às diferenças”. Em todos os sentidos.